
A Adega
Gerações da Talha
A Adega GERAÇÕES DA TALHA encontra-se localizada em Vila de Frades e data de meados do Séc. XVIII. É um local de tradições e de conhecimento de gerações que vem trazendo e aperfeiçoando o tão magnífico Vinho da Talha.
Esta adega foi adquirida por Francisco Nogueira Anacleto que herdou e com mestria transmitiu a arte e sabedoria do vinho de talha às gerações que o procederam. Uma tradição que foi acolhida com muita paixão pelo seu genro, o Professor Arlindo Maria Ruivo, que tem dedicado a sua vida a este precioso e ímpar néctar que é o Vinho de Talha, bem como, pelos filhos e netos, que foram apoderados por este conhecimento milenar e cujas gerações impulsionaram o projeto GERAÇÕES DA TALHA.
Este é um projeto que nasceu para enaltecer, afirmar e manter a produção genuína de Vinho de Talha que persiste há mais de 2 milénios e que está bem evidenciado nas adegas e gentes da terra.
A Localização
Vila de Frades
Vila de Frades, considerada a “capital” do Vinho da Talha, é uma pequena aldeia, bastante simpática, situada no coração do Alentejo, pertencente ao concelho da Vidigueira, numa localização privilegiada entre Évora e Beja, onde encontramos as ruínas da Vila Romana de São Cucufate, na qual se descobriram evidências arqueológicas que mostram que o tão famoso Vinho da Talha foi trazido pelos romanos.
Os habitantes desta vila são conhecidos como os Farrapeiros, nome que vem do Séc. XVI, da ordem religiosa de São Francisco, dos Frades Capuchos que eram conhecidos pelas suas vestes modestas e simples, farrapos. Esta ordem cedia a exploração das suas vinhas à população e estes produziam o vinho “Sangue de Cristo” em Talhas de Barro. O Vinho da Talha tem sido desde sempre um ícone que marca esta Vila e tem, neste momento, uma candidatura a Património Cultural e Imaterial da Humanidade.
Esta é a Aldeia que idolatramos, amamos e que pretende ser a continuidade desta arte emblemática da região, enaltecendo e garantindo a produção genuína do Vinho da Talha.
A arte do
Vinho de Talha
O Vinho de Talha é um produto único e que faz parte da cultura vínica alentejana e tem origem num processo de vinificação que foi trazido pelos Romanos.
Este processo começa com a chegada da uva à adega, onde as mesmas são desengaçadas (separação das uvas do cacho/engaço), esmagadas e colocadas com as películas, grainhas e parte dos engaços em talhas de barro onde ocorre a fermentação.
No processo de fermentação, aquando da transformação do açúcar em álcool há libertação de dióxido de carbono, que faz com que as partes sólidas das películas das uvas subam à superfície, formando uma camada espessa, à qual se faz a remontagem (culturalmente conhecida como o “mexer as talhas”). A remontagem é feita com um rodo, e tem como objetivo empurrar a camada que está à superfície para baixo. A remontagem tem de ser feita, pelo menos, duas vezes por dia, para evitar o rebentamento da talha. É com esta remontagem que há uma cedência de todos os constituintes da uva para o vinho, dando-lhe cor e sabor.
Depois de fermentado, as partes sólidas caem e formam “a mãe”, onde o vinho estagia durante uns meses. Esta “mãe” servirá de filtro natural e será por onde o vinho passa e sai da Talha filtrado, de uma torneira para um alguidar, a partir do qual, está pronto a ser consumido ou engarrafado.